Aleatoriedades da vida.
Às vezes estamos tão concentrados em sair do poço que nem nos apercebemos que estivemos o tempo todo no poço errado. E quando dizem que as coisas negativas que nos acontecem só vão fazer sentido mais tarde? Cada vez mais acredito nisto. Apesar de ainda não ter ideia nenhuma de para onde a minha vida caminha, sinto-me muito mais em paz com as decisões que tomei e continuo a tomar. E grande parte da minha ansiedade vem desta ideia de "e se tivesse escolhido diferente?". Guardo sempre esta sensação cá dentro de mim de que devia ter optado por outro caminho, e que nunca saberei o resultado de todas as minhas outras escolhas. Talvez por influências externas, medo de arriscar ou de perder o conforto conquistado. Mas, sinto-me melhor, começo a acreditar que estamos sempre onde devemos estar. Se hoje ainda estou aqui é porque é aqui que está a minha maior aprendizagem. Às vezes o facto de esperar, e aprender a fazê-lo, só por si já é a maior lição.
E falando de escolhas, no fundo, bem lá no fundo, ninguém quer saber das nossas decisões, as opiniões dos outros não são tão importantes como pensamos quando somos adolescentes e jovens adultos. A opinião dos nossos pais e amigos deixa de importar tanto, ou mesmo nada. Se sou bem sucedida ou não, isso cabe-me a mim decidir, não aos outros. E afinal, o que é mesmo o sucesso? Aquilo que acho que os outros têm nem sempre é o que me faria feliz a mim. Uma simples viagem sem rumo e sem horários na natureza pode fazer-me mais feliz do que ter um negócio próprio e estar sempre ocupada. Sinto que ainda tenho tanto para conhecer sobre mim própria e que o segredo pode estar aí. Na auto-descoberta. Descoberta essa que às vezes levamos uma vida inteira a construir e desconstruir. E a vida lá se vai fazendo caminhando para a frente, de qualquer modo, nunca conseguiremos adivinhar o futuro nem mudar o passado. O presente é tudo que temos.